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Notícias

10/12/2021

Combustíveis sintéticos erroneamente retratados em estudo da T&E

Energia em evolução

A Concawe responde à publicação e apresentação do relatório da T&E (Transport & Environment) “Combustíveis verdes mágicos: porque os combustíveis sintéticos nos carros não resolverão os problemas de poluição da Europa?".

O relatório apresenta a interpretação da T&E relativamente aos resultados dos testes laboratoriais encomendados ao IFPEN para medir as emissões de poluentes atmosféricos resultante da utilização de e-gasolina nos veículos. A Concawe, braço científico e técnico da indústria de refinação Europeia, com experiência em emissões de veículos e que tem publicados variadíssimos artigos, revistos pelos seus pares, em revistas científicas reconhecidas, e que tem vindo a participar em inúmeras conferências, conduziu uma análise aprofundada do conteúdo científico e técnico do relatório apresentado pela T&E  e concluiu que, numa abordagem estritamente científica, alguns aspetos, como a composição do e-combustível, as emissões e a neutralidade climática, teriam sido beneficiados se tivesse sido feita uma análise e uma interpretação mais cuidadosas.

 Enquanto o relatório do IFPEN tem um real valor científico, sendo equilibrado e contextualizado (por exemplo, a primeira frase do resumo executivo é “Sem exceção, esta campanha experimental mostra que o veículo está em conformidade com os limites normativos”), a Concawe lamenta que no relatório da T&E, alguns resultados tenham sido selecionados discriminatoriamente e colocados fora do contexto, o que, inevitavelmente, leva a conclusões erróneas e a declarações enganosas.

A Concawe considera que, com base numa abordagem ciência:

  • Os chamados combustíveis "e-petrol" avaliados são, na verdade, combustíveis fósseis fora das especificações, facto omitido pela T&E. Além disso, estes combustíveis não são considerados sintéticos, o que levanta sérias preocupações sobre a sua representatividade para um estudo de “e-petrol”.
  • O veículo Euro 6d testado pela T&E, seja com o chamado "e-petrol" ou com gasolina de origem fóssil, mostra emissões muito baixas, de pelo menos 50% abaixo dos limites atuais do Euro 6d (e até 500 vezes mais baixo em alguns parâmetros), já cumprindo os limites mais rigorosos propostos pelo consórcio CLOVE para o Euro 7 (nas condições de teste do Euro 6).
  • ISC (In-service Conformity), MaS (Market Surveillance) e Inspeção Técnica Periódica (PTI), juntamente com On-Board Diagnostic (OBD) garantem que os veículos mantenham os seus baixos níveis de emissão por toda a vida. Todos esses são requisitos obrigatórios dos padrões Euro 6d.
  • Melhorar a qualidade do ar em áreas urbanas requer medidas direcionadas, por ex. eliminação progressiva de veículos a diesel antigos (NOx), aquecimento doméstico (PM), agricultura (NH3), etc.
  • Os e-combustíveis produzidos a partir de eletricidade renovável podem competir com os veículos elétricos a bateria nas emissões de CO2 no seu ciclo de vida completo. No entanto, eles são muito menos eficientes do ponto de vista energético. Por este motivo, a Concawe concorda que a eletrificação, seja através de BEVs (Battery Electric Vehicles) ou PHEVs (Plug-in Hybrid Electric Vehicles), continua a ser a principal solução de curto prazo para reduzir a pegada de carbono dos automóveis novos de passageiros. Ainda assim, os veículos ICE (Motor de Combustão Interna) representam e representarão na próxima década a grande maioria dos veículos nas estradas, e os combustíveis líquidos renováveis de baixo carbono são uma oportunidade para reduzir as emissões de CO2 do transporte rodoviário, para além da eletrificação da frota. Essas conclusões são ainda mais importantes para os veículos pesados, onde há desafios significativos para a sua eletrificação completa.

Leia o documento da Concawe sobre o assunto, e o Press Release emitido pela FuelsEurope.