APETRO - Energia em evolução

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novembro 2020

Planear num ambiente de incerteza

O exercício de planeamento acarreta sempre dificuldades por se estar a projetar o futuro com base no (des)conhecimento atual. Vem isto a propósito dos enormes desafios que se nos colocam para 2021 e anos seguintes. A pandemia do COVID 19, pela sua globalidade geográfica e duração, ainda sem fim à vista, veio aumentar de modo dramático o grau de incerteza para qualquer exercício de planeamento seja em que domínio for.

Estando Portugal a preparar a presidência da EU para o 1º semestre de 2021 e acabando de sair de uma difícil e atribulada discussão da lei do Orçamento para 2021, podemos perceber as enormes dificuldades que esses exercícios acarretam. E se há uma visão para a EU, posta em causa por um sempre difícil exercício de equilíbrio entre os interesses nacionais e os interesses coletivos da união, que pode ajudar a não perder o rumo que se pretende para o futuro de todos os europeus e a sua contribuição para a economia global, nada pior do que tentar cristalizar soluções que impeçam uma adaptação progressiva a um mundo em convulsão e em mudança do ponto de vista político (vide, p. ex. o que se passa nos EUA), económico e social. Nestas duas últimas vertentes, intimamente ligadas, ainda estamos longe de perceber a total dimensão da atual crise sanitária. Na área da energia e clima, temas que nos são mais próximos, estas reflexões aplicam-se na totalidade. Se não, vejamos apenas alguns exemplos: qual vai ser a evolução do cabaz energético quer em termos de energia primária quer de energia final? Como vão as tecnologias, tanto quer as maduras, como quer principalmente as que estão em fase de desenvolvimento e principalmente as emergentes, evoluir? Qual vai ser o comportamento dos consumidores finais face às ofertas, incentivos e penalizações que a legislação lhe possa impor?

Queremos com isto dizer que devemos cruzar os braços e desistir, navegando à vista? Obviamente que não! Mas precisamos de garantir que os exercícios nesta matéria sejam cada vez mais de natureza holística, deixando de olhar para silos, e querendo impor soluções que possam revelar-se inapropriadas no futuro a médio/longo prazo. É, pois, imperioso, perceber para onde queremos ir, mas manter a flexibilidade necessária para ir acomodando as diversas variáveis já referidas. Talvez se revisitássemos alguns dos exercícios feitos na última década, para não ir mais atrás, e os comparássemos com a realidade atual nos ajudasse a perceber quão difícil é planear e fácil falhar nas previsões. Definir uma visão, objetivos alinhados com essa visão, sem impor de forma rígida o caminho a seguir será, em nossa opinião, a melhor maneira de o conseguir.

Há algo que nos dá esperança, a capacidade da humanidade de se adaptar a circunstâncias inesperadas e encontrar soluções. Para isso é preciso ouvir a ciência, os atores da economia: empresas e consumidores, as múltiplas partes interessadas através de diversas formas de representação e, finalmente, que o poder político concilie todos os interesses, encontrando as políticas e o enquadramento regulatório e fiscal que promovam a estabilidade e não, como infelizmente por vezes acontece, acrescentem incerteza para os investidores, consumidores e contribuintes.

Se todos contribuirmos e soubermos ouvir todas as partes interessadas, conseguiremos sem dúvida, planear melhor em tempos de grande incerteza.

António Comprido, Secretário-Geral da Apetro

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